COMO A EPIS AJUDA A PROMOVER O SUCESSO ESCOLAR DOS 3 AOS 10 ANOS

Conferência EPIS, Escola Secundária João de Barros, Seixal, 14 de maio de 2024

COMO A EPIS AJUDA A PROMOVER O SUCESSO ESCOLAR DOS 3 AOS 10 ANOS

14 de Maio de 2024

A Associação EPIS – Empresários Pela Inclusão Social realizou, no dia 14 de maio, a  conferência EPIS “Como a EPIS ajuda a promover o sucesso escolar dos 3 aos 10 anos”, na Escola Secundária de João de Barros, em Corroios, que contou com de 80 participantes.

A conclusão apresentada na conferência foi de que é possível garantir a igualdade de acesso a todas as crianças no início do seu percurso escolar, especialmente as mais desfavorecidas, promovendo funções cognitivas e executivas desde a primeira infância (entre os 2 e os 6 anos).

A apresentação e discussão de resultados das metodologias EPIS para a promoção do sucesso escolar ao nível da educação pré-escolar e do 1.º ciclo de escolaridade, que corroboram esta conclusão, foram apresentados pelo Professor Doutor Pedro Bem-Haja, investigador da Universidade de Aveiro e membro da equipa metodológica da EPIS.

Os resultados da metodologia de intervenção da EPIS com crianças do pré-escolar, que pretende dar resposta às dificuldades identificadas num rastreio prévio nas áreas das funções executivas básicas como a atenção, o controlo das respostas impulsivas, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva, demonstram melhorias significativas em todas as dimensões cognitivas treinadas ao longo do tempo. Também o estudo a decorrer em parceria com o Ministério da Educação, que incide na metodologia de intervenção EPIS para as crianças no 1.º ciclo, demonstrou a existência de correlações positivas e significativas entre o número de sessões realizadas com recurso aos guiões de intervenção da EPIS e as notas obtidas pelos alunos.

Na discussão que se seguiu à apresentação dos dados e que contou com a participação da professora Ana Rita Calado, da Escola Manuel Coco do Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja, em Odivelas, da educadora Clara Calheiros, do Agrupamento de Escolas de Campo de Besteiros, em Tondela, e do Professor Doutor Paulo Nossa, docente e investigador da Universidade de Coimbra e membro da equipa metodológica da EPIS, foram destacados alguns aspetos que ajudam a explicar o sucesso destes programas, nomeadamente:

  1. - O facto dos rastreios EPIS, aos 4, 5 e 6 anos, permitirem sinalizar dificuldades (e atuar sobre elas) mais precocemente, poupando-se assim tempo precioso na vida destas crianças;
  2. - A complementaridade da intervenção dos mediadores em relação ao trabalho dos educadores e professores que, por motivos vários, não têm tempo nem recursos para trabalhar individualmente e com atenção plena as dificuldades de cada aluno;
  3. - O modelo de intervenção dirigida (não universal) às dificuldades específicas de cada criança, assente em guiões de trabalho estruturados que permitem seguir uma linha de ação e ir avaliando o impacto ao longo do ano letivo,
  4. - A capacitação parental que disponibiliza recursos às famílias que lhes permitem potenciar, em casa, o trabalho realizado pelos mediadores, educadores e professores em contexto escolar.
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No final da sessão houve ainda oportunidade para ouvir os testemunhos da Sandra Tavares, mãe do aluno do pré-escolar Miguel Oliveira, que partilhou com todos a importância das dicas que tem recebido do mediador, que sente serem totalmente adaptadas às dificuldades do seu filho, da mediadora Ana Aguiar, que partilhou a satisfação com que observa a evolução dos alunos à medida que vão sendo treinadas as competências específicas e, por fim, da aluna Teresa Ferreira, do 1.º ciclo (3.º ano de escolaridade), que contou a todos como o trabalho com a mediadora a tem ajudado a ser uma aluna mais confiante e com melhores resultados escolares.

A EPIS vai continuar focada na inclusão social através da educação, apostando, cada vez mais, no desenvolvimento e aperfeiçoamento de programas de prevenção da desigualdade que promovem competências chave para a aprendizagem com sucesso ao longo da vida.